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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Eugênio de Andrade

Toda a poesia é luminosa, 
até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez 
e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
-Eugênio de Andrade-


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