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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Rabindranath Tagore


No dia em que se abriu a flor de lótus, pobre de mim! Vagava por aí o meu espírito, e eu não soube. Estava vazia a minha cesta e a flor ficou abandonada.
Apenas de vez em quando, descia sobre mim uma tristeza e eu despertava do meu sonho e sentia, no vento que vinha do sul, a sombra suave de um perfume estranho.
Essa carícia indecisa fazia doer de desejo o meu coração e pareceu-me que era o hálito ardente do estio ansiando por completar-se.
Eu não sabia, então, que isso estava tão perto, que isso era meu e que essa carícia perfeita florescera no fundo do meu próprio coração.
-Rabindranath Tagore-

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