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segunda-feira, 30 de março de 2015

Mensagens - e Poesias com a Arte de Mstilav Pavlov

A bunda, que engraçada. 
Está sempre sorrindo, nunca é trágica 
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se. 
Existe algo mais? Talvez os seios. 
Ora - murmura a bunda - esses garotos 
ainda lhes falta muito que estudar. 
A bunda são duas luas gêmeas 
em rotundo meneio. Anda por si 
na cadência mimosa, no milagre 
de ser duas em uma, plenamente. 
A bunda se diverte 
por conta própria. E ama. 
Na cama agita-se. Montanhas 
avolumam-se, descem. Ondas batendo 
numa praia infinita. 
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz 
na carícia de ser e balançar. 
Esferas harmoniosas sobre o caos. 
A bunda é a bunda, 
redunda 
-Carlos Drummond de Andrade-

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